Respiro fundo, seguro o ar dentro dos pulmões e lentamente solto…
Não oxigena, não alivia… sufocada
Falta ar, falta palavras… falta
Aqui jogada nessa cama, celular na mão, bloco de notas abertos e depois de anos um novo texto…
As coisas mudam, anos atrás era caneta e papel e os pesados sentimentos
E agora?!
Inscritas… minha terapia…
Jurei a mim mesma que não iria voltar a essa posição, que não seria a pessoa que coloca a dor no papel…
Mas os passos estão pesados, os braços cansados e o espirito surrado
Hoje é um daqueles dias que a gente toma um porre de nós mesmo, enxerga que não adianta fugir, não adiante negar, calar, não adianta a tentar ser forte… uma hora cansa…
É como um copo embaixo de uma torneira pingando… quando cheio transborda
Olhos no espelho… reflexo grita… Aahhhh
Não me reconheço! Cadê o brilho? Cadê eu? Cadê , cadê, cadê??
Quando não se consegue explicar, quando não consegue ter a força suficiente pra se levantar…
Quando seus pés não reconhecem as próprias pegadas que trilharam… Quando você é sua fonte de força, seu abrigo, sua mão e não tem forças? Quando você não consegue se abraçar e se reerguer o que fazer?
Choraaa, chora menina,
Grito: Aaaahhhhhj
lava essa alma, descansa e adormeça…
Amanhã é um novo dia…
Copo vazio de baixo da torneira, recipiente de sentimentos…
Amanhã em um novo amanhecer … você se refaz…
Ninguém te impedirá
Amanhã você terá forças e seguirá…
Até o próximo transbordar,
Menina você vai se reencontrar …