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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Menina Vazia




Respiro fundo, seguro o ar dentro dos pulmões e lentamente solto…


Não oxigena, não alivia… sufocada

Falta ar, falta palavras… falta


Aqui jogada nessa cama, celular na mão, bloco de notas abertos e  depois de anos um novo texto…


As coisas mudam, anos atrás era caneta e papel e os pesados sentimentos


E agora?!


Inscritas… minha terapia…


Jurei a mim mesma que não iria voltar a essa posição, que não seria a pessoa que coloca a dor no papel…

Mas os passos estão pesados, os braços cansados e o espirito surrado


Hoje é um daqueles dias que a gente toma um porre de nós mesmo, enxerga que não adianta fugir, não adiante negar, calar, não adianta a tentar ser forte… uma hora cansa…


É como um copo embaixo de uma torneira pingando… quando cheio transborda


Olhos no espelho… reflexo grita… Aahhhh

Não me reconheço! Cadê o brilho? Cadê eu? Cadê , cadê, cadê??


Quando não se consegue explicar, quando não consegue ter a força suficiente pra se levantar… 


Quando seus pés não reconhecem as próprias pegadas que trilharam… Quando você é sua fonte de força, seu abrigo, sua mão e não tem forças? Quando você  não consegue se abraçar e se reerguer o que fazer? 


Choraaa, chora menina, 


Grito: Aaaahhhhhj


lava essa alma, descansa e adormeça…


Amanhã é um novo dia…


Copo vazio de baixo da torneira, recipiente de sentimentos… 


Amanhã em um novo amanhecer … você se refaz…

Ninguém te impedirá 

Amanhã você terá forças e seguirá…


Até o próximo transbordar,


Menina você vai se reencontrar …